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Minha mãe migrou do sertão do Ceará para São Paulo quando completou a maioridade, trabalhou como empregada doméstica por muitos anos até mudar de profissão. No meio dessa vida de despedidas e muito trabalho duro, pegou o gosto pela escrita de poemas, cartas e leituras de romance, mesmo com a falta de oportunidade de terminar o ensino fundamental. Tais barreiras não impossibilitaram ela e o meu avô de se comunicarem a longa distância, davam um "jeitinho". Na imagem, as mãos envelhecidas da minha mãe seguram um pequeno pedaço de papel amarelado sobre a mesa vermelha. São palavras de saudades. A carta foi escrita em 1983 por conhecidos do meu avô, pois ele não sabia ler e nem escrever. 
Me escreva, pai, 2015
Fotografia digital; 42 x 29,7 cm
Obra premiada no Prêmio Flávio Gagliardi em 2016
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